Esboço da lua por Galileu
Quando eu era bolsista no observatório astronômico da
universidade de meu estado foi agendada uma palestra sobre astronomia para crianças
realmente pequenas, acredito que em idade pré-escolar ainda. O professor que
estava ministrando essa secção, um jovem brilhante que possuía pós-doutorado em
Oxford, tinha acabado de explicar o mais trivial sobre astronomia. A palestra
versava sobre movimentos orbitais, estrelas e planetas; em fim, coisas que estavam
ao alcance de pessoas tão jovens... Mas foi justamente quando o palestrante
encerrou a oratória e abriu o tempo para as perguntas que uma garotinha que
usava laçinhos rosa em seu cabelo perguntou para que servia a Lua. Naquele
momento notei alguma perplexidade no semblante do astrônomo; ele sorriu e meio
sem jeito falou que ela regia as marés e, sem muito mais o que dizer, que os
namorados também podiam olhar para ela quando estavam juntos. Afinal, sejamos
justos, como se explicar nesse assunto para uma pessoa que nada poderia saber
sobre força de coesão da matéria e gravitação? Esse pensamento me levou a
imaginar que fantástico caminho aquela garotinha iniciava ali, caso ela cultivasse
essa propriedade de se deixar provocar pelas perguntas mais elementares. Hoje, anos
passados deste acontecimento, acredito que talvez a resposta seja o próprio
motor daquela pergunta. Para mim, agora a astronomia serve para formularmos as
perguntas mais simples a fim de encontrar as respostas mais elaboradas...
Penso que dentre todos os astros observáveis sem equipamento
aquele que causa maior espanto para um observador iniciante é a lua. Essa é um
alvo bem acessível para as lentes menores, tem uma geografia interessante e
possui um palco de eventos próprio. Por esses motivos elegi esse como objetivo
de nossa primeira saída de campo, assim como proposta justa o suficiente para determiná-la
como o primeiro objeto celeste a ser investigado mais detalhadamente. Desde muito antes de a humanidade dar os seus primeiros
passos para fora do Vale Rift, essa sentinela celeste já nos fazia companhia,
deixando mais clara a escuridão da noite, marcando a passagem do tempo e quem
sabe até instigando a imaginação incipiente do primata que mais tarde viria a
se tronar senhor de todo o planeta. Assim tornado esse astro uma testemunha
silenciosa de toda a fabulosa aventura humana pela terra. Desta feita
dediquemos algumas linhas para essa velha amiga que também já foi chamada em outros
tempos por Selene, Cíntia, Ártemis entre outros nomes, porem quase sempre no
feminino... então vamos a conhecer um pouco melhor essa palida dama?
-Diâmetro: 3.476 km
-Distância Terra-Lua: entre 356.000 km e 406.700 km
-Distância média Terra-Lua (centro a centro): 384.000 km
-Magnitude Maxima (lua cheia): -12,6
-Período de rotação (dia lunar): 27d 7h 43min
-Repetição das fases: 29d 12h 44min
-Massa: 0,012 * Terra
-Densidade (relativa a água): 3,34
-Gravidade: 0,1654 G
-Temperatura na superfície: 100°C (dia), – 150°C (noite)
-Composição: Silício, Magnésio, Ferro, Cálcio, Alumínio e Água. Também existem rastros de metais radioativos como o Urânio e Tório, assim como abunda em Irídio trazido por material vindo do espaço.
-Atmosfera: Desprezível, entretanto se encontra traços de Radônio decorrente do decaimento radioativo.
-Distância Terra-Lua: entre 356.000 km e 406.700 km
-Distância média Terra-Lua (centro a centro): 384.000 km
-Magnitude Maxima (lua cheia): -12,6
-Período de rotação (dia lunar): 27d 7h 43min
-Repetição das fases: 29d 12h 44min
-Massa: 0,012 * Terra
-Densidade (relativa a água): 3,34
-Gravidade: 0,1654 G
-Temperatura na superfície: 100°C (dia), – 150°C (noite)
-Composição: Silício, Magnésio, Ferro, Cálcio, Alumínio e Água. Também existem rastros de metais radioativos como o Urânio e Tório, assim como abunda em Irídio trazido por material vindo do espaço.
-Atmosfera: Desprezível, entretanto se encontra traços de Radônio decorrente do decaimento radioativo.
Ao contrário do que se pode pensar, a lua cheia não é a fase
mais própria para observação deste astro. Isso é devido ao fato de nessa fase a
luminosidade vida do sol incidir mais perpendicular ao seu solo. Tal coisa
diminui a sombra do relevo lunar minimizando seu contraste. Já quando existe
proximidade das fases intermediarias(três dias antes e depois dos quartos)
podemos observar melhor o que se chama de limbo lunar, que é aquela linha que
divide a face clara da face escura. É justo para essa linha que deves apontar
seu telescópio, pois é onde as sombras estão com maior projeção facilitando a
distinção de seu relevo. Tal linha também é conhecida por terminador, que leva
próximo de 14 dias e 18 horas para varrer toda a superfície lunar visível. De posse
desse dado podemos chegar a duas conclusões: que um dia lunar possui por volta
de 29,5 dias terrestres e que esse terminador se move a uma velocidade de 10
km/h no equador lunar fazendo com que a área de observação mude muito sutilmente
sua definição ao longo da observação. Nas outras fases se aconselha usarmos um
tipo de filtro solar, que é uma lente neutra e mais escura que se acopla nas
oculares, para evitar o ofuscamento dos mares e das raias de detritos dos
impactos das grandes crateras.
Mas afinal, o que se observar na lua? Pela sorte de na terra
termos uma lua singular em nosso sistema, muito maior em proporção que qualquer
outra encontrada em qualquer outro planeta, e pela relativa proximidade,
existem uma porção de detalhes que podemos, com alguma atenção e cuidado,
encontrarmos. Em sua maioria são mares, crateras e cordilheiras. Fiz uma lista
de minha geografia lunar predileta, fica como sugestão para sua próxima observação.
Dos mares:
Os mares são planícies cobertas por acumulo de uma
assustadora crosta de poeira. São bem fáceis de se distinguir do demais relevo
pois são as áreas mais escuras e que tem menos crateras. Eles podem nos contar
um pouco da história lunar, pois a estratigrafia lunar pode nos mostrar os
traços dos fortes bombardeios da Era Pré-Nectariana, as evidências de grandes
impactos e vulcanismo da Era Imbriana até as raias das crateras mai jovens da
Era Copernicana. Desses vale a pena dar uma olhada nos seguintes relevos.
-Mar da Tranqüilidade.(local onde o homem deu o primeiro
passo fora do planeta)
-Mar Imbrium.
-Mar Nectaris.
-Mar Insularum.
-Sinus Iridum.
-Oceano Procellarum.
-Mar Imbrium.
-Mar Nectaris.
-Mar Insularum.
-Sinus Iridum.
-Oceano Procellarum.
Das Cordilheiras:
As cordilheira ficam bem visíveis a medida que o treminador
passa por elas. Sendo que algumas estão nas periferias dos mares e outros isolados
em meio a mares, baías e crateras Comumente são resultado do vulcanismo lunar,
mas também existem aquelas que surgiram como reação a eventos de impactos catastróficos
ou mesmo por tectonismo endogênio.
- Monte Piton.
- Monte Pico.
- Montes Teneriffe.
- Montes Caucasus.
- Montes Alpes.
- Montes e Vale Alpino.(não fica próximo dos montes Alpes, mas sim entre as crateras Arquimedes e Copernico)
- Montes Wolf.
- Montes Rumker.
- Montes Arquimedes.
- Monte Pico.
- Montes Teneriffe.
- Montes Caucasus.
- Montes Alpes.
- Montes e Vale Alpino.(não fica próximo dos montes Alpes, mas sim entre as crateras Arquimedes e Copernico)
- Montes Wolf.
- Montes Rumker.
- Montes Arquimedes.
Das Crateras:
Essas são a primeira coisa que nos sobe a mente ao
imaginarmos a paisagem lunar, portanto nosso tour não poderia não contemplar
algumas das mais notórias. Existe muita coisa a se falar sobre esse tópico e
também ele nos pode passar muita informação. Quando pensamos em crateras logo
pensamos em impactos enormes causados por objetos vindos do espaço que vitimam
um astro quase sem atmosfera... bom, nem sempre é assim. Algumas crateras
também são formadas por processos de vulcanismo, o que denota um passado
geológico bastante ativo para essa nossa companheira espacial. Alem de uma
morfologia distinta e bem definida essas últimas não são distribuídas ao acaso
mas sim junto as falhas e não atingem diâmetros muito elevados. Sendo que as
crateras de impacto variam tanto em lócus como em tamanho que podem atingir de impressionantes
mais de 1000 km de diâmetro(podendo ser observada a olho nu da terra) até as freqüentes
e assustadoras crateras microscópicas encontradas nos grãos de areia lunar. É
justo esse tamanho que nos dá idéia da datação da superfície lunar, pois as
regiões mais jovens possuem crateras pequenas enquanto as áreas mais velhas são
povoadas por crateras enormes. Crateras de impacto também possuem raias de
material lançado, o que indica a direção e o tempo do impacto. Basicamente esse
tipo de cratera se divide pela magnitude do evento, sendo as que têm diâmetro
inferior a 15 km as simples e as maiores as complexas.
Enfim, nesse campo opções de alvo de observação não nos
faltam, entretanto existem algumas que são mais fácies de se localizar. Assim como guardam uma morfologia mais intrigante.
-Platão
-Aristóteles
-Cassini
-Aristillus
-Arquimedes
-Kepler
-Copernico
-Timocharis
-Hercules
-Picard
-Teophilus
-Arzachel
-Tycho
-Clavius(não só pela notoriedade dada na obra 2001, mas também por ser um ponto várias vezes atingido)
-Gassendi
-Aristóteles
-Cassini
-Aristillus
-Arquimedes
-Kepler
-Copernico
-Timocharis
-Hercules
-Picard
-Teophilus
-Arzachel
-Tycho
-Clavius(não só pela notoriedade dada na obra 2001, mas também por ser um ponto várias vezes atingido)
-Gassendi
Uma boa idéia antes de se fazer a observação da lua é fazer
um rápido esboço de sua principal geografia apontado os locais de interesse e
pontos de referencia próximos. Para tal passo um mapa lunar. Também aproveito
para deixar a indicação de mais um software livre. Ele será bastante útil para
sua observação pois possui um Baco de Dados que contém várias informações sobre
a maioria do relevo lunar, inclusive o material mínimo de magnificação para se
observar a formação.
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