quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Rumo ao Oriente!


Até onde eu sei a raiz etimológica da palavra orientação é nasce dessa: O ato de rumar para o oriente... O domínio de tal habilidade permitiu que o homem empreendesse na magnífica rota da seda. Em tal senda, se aproveitou muito mais que a mercadoria comercializada com o
Senhor do Amarelo, nela foi trocada, o ato de trilhar-la, também inforamções e tecnicas. Tal coisa fomentou um dos mais intensos intercâmbios culturais da história antiga. Então, posto isso, já estamos prontos para nos orientar?
Pois bem, para fazermos isso temos que, antes de qualquer coisa, voltar para a quinta série do primário afim de resgatarmos o que apreendemos sobre pontos cardeais. Lembra-se deles? São aqueles que na Rosa dos Ventos são marcados por somente uma letra... Leste, Oeste, Norte e Sul. Pois bem, uma maneira de determinar esses pontos de maneira estimada*(Tenha em mente que de nada adianta você ter em mãos uma carta elaborada com rigor primoroso se tiveres problemas para apontar onde fica o Norte aproximado do local que você está) é através da apliação de um método bem simples que vem me ajudando desde o meu tempo de escoteiro de segunda classe... Consiste em dar uma boa olhada ao redor de onde me encontro. Então determino onde estão os objetos mais distantes que eu enxergo, o encontro desses objetos com a abóboda celeste é chamado de horizonte terrestre(não confunda esse com horizonte observacional, detalho melhor esse quando falar sobre poluição luminosa e luz parasita). Feito isso estimo onde o sol vai se por durante o ocaso. Então abro bem os braços, deixando esses paralelos ao solo. Agora é só girar todo o corpo até que minha mão esquerda aponte para esse lugar. Nesse instante, caso esteja se olhando para frente, o nariz apontará para o Norte, a mão direta para Leste, a mão esquerda para Oeste... E é simples assim mesmo? Sim, isso é bastante simples, contanto que você se lembre de fazer isso durante o dia! Do contrário terá que localizar Sul Celeste, então o buraco fica, literalmente, mais embaixo! Existe um truquezinho para determinar o Sul Celeste através do Cruzeiro do Sul, contudo por hora nos basta essa aproximação ao Norte Verdadeiro.
Outra necessidade para a orientação são as coordenadas geográficas. Como hoje GPS são relativamente mais comuns que Astrolábios, sugiro que consulte um. Caso não tenha acesso a nenhum, procure sua localização no Google Earth...
Lembra-se daquele bloco de anotações que lhe falei alguns posts atrás? Está aí um bom primeiro uso para ele... Anote o local, o Norte estimado, a hora de sua primeira observação e com o auxilio de um lápis segurado na frente de seu rosto, divida a abóboda celeste em dois hemisférios, então desenhe um croqui do que você está vendo no céu. Vamos lá, isso não é tão difícil assim, afinal estrelas são só pontos mesmo! Volte ao mesmo local, na mesma hora uma semana depois repita o procedimento então realize isso novamente passada mais duas semanas. Para fazer esses croquis papel milimetrado pode ajudar bastante. Tente desenhar pontos de referência terrestre, torres de energia, arvores ou picos salientes da topografia local. Observe o quanto as coisas se moveram, e em que proporção. Isso pode parecer um exercício sem sentido a primeira vista, contudo foi exatamente desse modo que Plutão foi descoberto. Tal procedimento, é claro que de modo muito mais refinado, anda é empregado na astronomia científica. Se realmente aceitares esse exercício, estará a um passo de distinguir estrelas de planetas através de um método autônomo.



*Porque “de maneira estimada”? Mesmo que tenhas em mãos uma bússola, essa também estimará o Norte Real, pois ela apontará para o Norte Magnético que é variável com as linhas de DMG. Para utilizar corretamente esse compasso temos que descontar dele essa declividade magnética própria do local. Tal preciosismo seria um exagero dado que por hora nosso foco está na astronomia de posição. 

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